Três dias de caça muito gratificantes

O calendário monteiro do CPM previa uma semana muito movimentada antecedendo o Natal, com três montarias em quatro dias. Não podia ter corrido melhor.

17 de Dezembro - montaria na Companhia das Lezírias

Começámos na Companhia das Lezírias, propriedade emblemática que tantas alegrias nos tem dado, agora com uma nova Administração - cuja presidência não poderia estar melhor entregue - à qual desejamos as maiores felicidades.

O dia esteve precioso, com um sol frio de Inverno por vezes ocultado por nuvens esparsas, sem vento. Em bom rigor não se tratou de uma montaria, mas sim de um “gancho”, com 23 postos distribuídos por duas armadas de fecho e uma travessa, como sempre estrategicamente supervisionado pelo competente José Luís. Do pequeno-almoço passámos às habituais prelecções e ao sorteio, e dali para o campo.

Como costuma acontecer, a montaria demorou a “aquecer”, mas quando isso ocorreu a adrenalina correu longamente, com bastantes detonações e frequentes ladras das matilhas presentes. Já no regresso, os comentários sobre os acertos e os falhanços começaram por ser animadamente discutidos no tractor, e prolongaram-se depois  pelo almoço fora.

Do bem alinhado quadro de caça final constaram 18 javalis, dos quais 4 navalheiros, um belíssimo resultado para tão reduzido número de postos. Mais um belo dia de caça na Companhia!

19 de Dezembro - montaria na Herdade do Mélio

Começámos a caçada na véspera com o já tradicional jantar de confraternização, que desta vez decorreu no acolhedor restaurante “Sal e Alho”, em Portalegre, com a animada presença de dezoito dos monteiros.

Na manhã seguinte, outro bonito dia com frio e sol por vezes encoberto, sem vento. Reunião em Fortios, uma vez mais com a inestimável hospitalidade do nosso querido amigo e director do CPM, Rui Correia. Depois do pequeno-almoço, (muito bem) servido pelo Martinho, da Ribeira de Nisa, teve lugar o sorteio dos 48 postos, os quais partiram depois para um ponto estratégico no campo, de onde então irradiaram as 5 armadas - 4 armadas de fecho, que rodeavam esta bonita mancha de azinheiras, rochas e mato (por vezes muito denso), bastante extensa e ligeiramente ondulada, e 1 travessa.

Não havendo caminhos, a colocação foi feita a pé ao logo dos quase dois quilómetros de extensão da mancha, pelo que a caminhada até ao último posto (o 25) começou logo por proporcionar ao seu ocupante uma valente estafa (embora seguramente muito saudável…), a qual que se repetiu no regresso, que para mais desta vez foi a subir…O que lhe valeu foi o êxito do posto, que lhe deu asas….  

A mancha tinha caça. As dez matilhas presentes caçaram devagar e bem, sob a supervisão do experientíssimo Boneca, dando origem a uma animação constante desde o início da montaria, em que houve ladras e tiros com fartura, que foi naturalmente decaindo à medida que se aproximava o final.

Regressámos ao Monte para o almoço, após o qual, já de noite (a recolha foi difícil e a distância era grande), pudemos desfrutar de um triunfal e bem apresentado quadro de caça com 42 javalis, dos quais 4 navalheiros, tendo o melhor exemplar sido agarrado pelos cães de uma recente matilha. Grande montaria, parabéns Manel!

Depois das fotos de rigor, alguns de nós partimos dos Fortios em direcção a Mora, rumo ao “Afonso”, onde ficaríamos instalados nessa noite com vista à montaria do dia seguinte nas Águias. Como não podia deixar de ser, honrámos ao jantar os imperdíveis pezinhos de coentrada que, a par das receitas de caça da D. Bia (infelizmente ausente nesta ocasião por doença), continuam a fazer as delícias dos amantes da cozinha tradicional portuguesa - no CPM temos felizmente muitos…

20 de Dezembro - montaria no Condado das Águias

Na manhã seguinte - glorioso dia de sol sem nuvens nem vento - rumámos cedo às Águias (nada de confusões…) para participar com muita expectativa numa montaria que, por sugestão do CPM, anualmente evoca o nosso saudoso associado e amigo António Rodrigues, realizada na mancha que em sua homenagem leva muito justamente o seu nome e organizada com o tradicional esmero das “Montarias de Portugal”.

Já todos iam com o pequeno-almoço tomado, pelo que à chegada passou-se directamente ao sorteio, poupando-se bastante tempo. Depois da evocação e das prédicas, teve lugar o sorteio dos 44 postos que armavam a mancha em 5 “coloridas” armadas de fecho que a contornam, e 2 sempre apetecíveis travessas.

Foi algo demorada a colocação em tractor dos postos mais distantes, mas ainda não tinham sido soltos os cães das matilhas presentes e já se ouviam tiros dispersos, prenúncio do tiroteio que se seguiu praticamente até final, acompanhado pelas inúmeras ladras e agarres que mantiveram os monteiros em tensão de princípio ao fim.

Depois do almoço, espera longa pelos animais cobrados, que tardaram em chegar devido à dificuldade de sacar muitos do campo. Lamentavelmente (maus hábitos), a grande maioria dos monteiros não se dignou esperar para poder contemplar o quadro de caça, ainda por cima nesta ocasião anunciadamente espectacular, composto por 66 javalis (dos quais 5 navalheiros, destacando-se um magnifico exemplar) e 9 gamos.

Os heroicos “sobreviventes” tiveram o enorme gosto de participar nas fotos de rigor, honrando o homenageado, os animais cobrados, as matilhas participantes e o histórico território em que este magnifico acto de caça teve lugar. Parabéns ao Pedro Rodrigues, ao João Jordão e ao insubstituível Zé Berras!

Magníficos presentes cinegéticos de Natal, estes belos dias de montaria de que desfrutaram os associados do CPM!

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